10 de janeiro de 2011

Litoral Cearense de bike,1º viagem

5º dia
As idéias começam a clarear, fazer uma decisão se tornou mais fácil. No momento penso em curto prazo e sinto a vontade de continuar. Não é hora para ler, posso me desenvolver com o que já tenho. Sei o que preciso fazer ( além de escrever mais bonito, Pronto! Com uma bandeja fica melhor). Enxergo meus possíveis caminhos e entendo o objetivo dessa viagem, posso voltar pra casa com uma meta a ser alcançada ou não voltar se a viagem for a escolha. Sei que preciso somente de uma META. A neblina que costumava assombrar e ofuscar meus pensamentos precisa ser dissipada de vez.

Pessoa ( um “micróbio” que conheci) se interessou em pegar a Br comigo, com a chega de uns amigos dele, porém, acredito que o fez mudar de idéia. Além do que, ele está cheio de dívidas e não pode partir tão cedo e eu vou de imediato.
Vou com amor no coração, sentimento recebido de minha família e amigos. Com amor, respeito e paciência o meu caminho será vitorioso. Com Pessoa disse: “Paciência, que vem na mão”.

Lagoinha, 04 de agosto de 2010.

Litoral Cearense de bike,1º viagem

3º dia
Finalmente a escrita! Eu achava que logo de início de minha viagem eu encontraria pela inspiração. Só no 3º dia, porém, me dá vontade de escrever algo. Na verdade, estou pouco me lichando se voltarei para casa com um caderno cheio de poesia ou com linhas em branco.
Bom, besteira a parte! Hoje foi meu primeiro dia de viagem sozinho, estava receoso em pedalar só, mas agora estou mais a vontade e com fé que meu caminho é seguro. Falando em fé, gostaria de refletir sobre esse assunto relacionado com o que tenho sentido nessas últimas semanas. Vou deixar para pensar nisso mais tarde, quero continuar minha narração do dia.

Acordei pouco antes do raiar do sol, preparei o que restava, tomei um “leite” com chocolate (horrível!) e fui começar as primeiras de muitas pedaladas do dia. Pedalar sozinho ou acompanhado de alguns amigos não faz tanta diferença no momento porque você acaba ficando consigo mesmo na vastidão do lindo cenário que te cerca. Mas depois de um tempo... a solidão bate quando você olha pra frente e não há ninguém, casa ou animal, olha para trás e não há ninguém, casa ou animal. Isso durante várias dezenas de minutos que te separam de um contato humano e te deixa em contato com algo bem maior, muito mais poderoso.

Entre 4 a 5 hrs pedalando....
A chegada em Lagoinha não foi tããão triunfante, entrei na cidade com uma cara de mazela derrotado (só a cara hem!) e logo de início, na praça, meu chapéu voou e um homem na moto vestiu o chapéu e caiu fora na boa, nem ai pra mim! Não me senti muito bem no momento. O restando do dia, todavia, fizeram com que minha impressão de Lagoinha melhorasse.

As pessoas ficam um tanto receosas com um forasteiro, mas tem alguém amigável. Conheci um nativo gente boa na praia, ele me deu uma aula básica de Kitesurf. E há, uma super novidade! Hoje tomei meu primeiro banho com sabonete e penteie os cabelos, estou renovado!
Sinto saudade de ceras pessoas, minha mãe, como sempre, meu amigos, da Lú, da Alana. Iria gostar da companhia dela e de meus amigos nessa viagem. Fica pra próxima!

Lagoinha, 02 de agosto de 2010
A saudade bate na porta de um coração que conhece um pouco desse Mundo e reconhece a boa alma que passa a sua frente. Em deixar a mentira sair dos olhos e aguar flores na jardim de um pobre rico, descobre a verdade. Carrega na sua bagagem o que precisa para viver aventuras de liberdade e sabedoria no baú de sonhos e águas cristalinas em vagas que balançam na mente.
Na ilho dos coqueiros, o tesouro de contos e fascínio e fantasia espera seu par pelo tempo.

Búzios e conchas enchem o caminho de luz guia.


A.R.
Muito vejo por ai as paisagens belas de nosso Ceará, desconhecidas pelas pessoas de sua terra. Cada parada revela emoções e vivências únicas que passam pelo corpo. O passado é força que me empurra para o desconhecido Futuro, tempo inconstante que me transforma de maneiras imprevistas me levando ao longe.
Distâncias de pés, léguas, quilômetros, barreiras penetradas pelo pedalar da força espiritual concentrada na mente de uma carnal. Estrutura carbônica unida pela energia química combinada com vibrações de energia livre.
Ondas trazem e levam. Cabe coletar aquilo que se deseja mandar, uma troca sem limites ou troco. Oferece fartura, mas pode ganhar desilusão.
Não espero colher milho se plantei feijão. A colheita farta é fruto do trabalho suado da gota salgada do meio dia. A mão mais doce e suave da bela oferece seu calor e carinho para curar as feridas de arpões do ganha pão.
A procura acaba na fé da felicidade.

Com carinho, respeito e amor de uma alma que acha o que procura.

Carta à Hermínia Vieira, inspiração de uma noite de novas amizades em Icaraizinho, agosto de 2010.
Olho para cima e vejo seu olhar
minha amada me ilumina
Sei que você está aqui comigo
O beijo da onda, sua alma, aquilo que me aperta.
Fico longe de você, mas sem você eu não fico.
Sou assim tão complicado e o manual eu perdi
Nuvens passam, carregam o tempo e fazem eu voltar a sonhar
Sei que um dia vou querer alguém para amar,
mas sem Jasmim não há lugar.

A lua refletindo, na 1º viagem de bicicleta, em alguma praia do Ceará, 2010

Já passou

Prisioneiro Guardião

Cego pela obsessão,
Não vejo o que meus olhos vêem,
olho para trás, imagino o futuro,
o presente, camuflado entre sonhos perdidos,
se esconde de mim como em um jogo sem fim.
Solitária mania;
tenho olhos que não vêem,
ouvidos que não escutam,
dedos que não sentem
Enjaulado mental.
Grades imaginárias me isolam desse Mundo,
A chave, ela, está na fechadura,
Preciso, apenas gira-la.


Destinos

Meu destino dentro de um pote,
Tudo que me restou.
O que fui, consumido pelas chamas,
se tornaram a lembrança do meu ser,
Para o caminho do esquecimento.
Em pó, o sopro dos ventos me levarão,
Alegre partida, sem correntes com o Mundo.
O caminho continua,
A constante mutação de todos os seres
completou mais uma passagem.

Esperando o ônibus a caminho do trabalho, Londres, 2008.

18 de fevereiro de 2010

A três chaves

Te coloquei dentro de uma caixinha preta
Guardada no fundo do meu guarda-roupa
Não esqueci nem por um momento
Do teu sorriso
Do cheiro de melão na minha rede
O passado é agora o seu lugar
Seu carinho sempre vai me acompanhar
Me faz lembrar
Que já fui amado, desejado
Forçado a ser feliz, e aprender
Que o amor é forte, que nos faz estremecer
E que amar é bommmmmmmmmmm

17 de fevereiro de 2010

Noite quente

No balanço da rede em uma noite quente
Penso em milhares de coisa, em tanta gente
Você me aparece em águas claras
Em uma bolha de ar quero lhe beijar
Apago da memória tanta dor
Viajo ao sabor do vento como um beija-flor
De casa em casa a procura de um novo amor

Já tive rosas e um Mandacaru
Que hoje mora perto daquele céu azul
Sussurro lagrimas para te regar
Sem mais palavras para te conquistar
Uso apenas um sopro e o olhar
Assim talvez, quem sabe um dia, possa te trazer para o meu mar
Apenas não se esqueça, por favor
Viajo ao sabor do vento como um beija-flor
De casa em casa a procura de um novo amor